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A BoaDrasta!


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Muitas mulheres experimentam a maternidade de uma forma diferente. Algumas chegam em famílias “prontas”, onde o marido traz filhos do relacionamento anterior. Assim que elas dizem o sonhado “sim”, recebem outro título, além de “esposas”. Elas passam a ser chamadas também de “madrastas”. A Marcela é uma dessas mulheres. Ela tem dois enteados e uma linda experiência para compartilhar.

É com ela que estreamos aqui a nossa sessão de entrevistas! Temos certeza que você vai gostar dessa história.

Mães que Oram: Marcela, quando vocês se conheceram você sabia que o seu marido tinha filhos:

Marcela: Sim. Somos advogados e trabalhávamos juntos. Sabia que ele tinha passado por um divórcio doloroso e sempre falava com muito carinho dos filhos. Ele é um pai sensacional, e eu percebi que as crianças eram as pessoas mais importantes da vida dele. Eu sabia que para entrar naquela história eu que teria que me adequar à relação que eles já tinham. Ele vivia em função dos dois. Naquela época a Maria tinha uns 9 anos e o Gustavo 3.

MQO: Como você foi apresentada às crianças?

Marcela: Fomos apresentados seis meses após o início do namoro. Foi feito todo um trabalho para explicar quem eu era. Meu marido foi contando aos poucos que estava conhecendo uma pessoa muito especial, de quem ele gostava muito. E por isso queria que os filhos me conhecessem também. Ele foi trabalhando a aceitação com muita sabedoria. Ele foi na filha, que é mais velha, primeiro, e depois no caçula. Ele disse: “Olha, estou com uma namorada. Uma pessoa muito especial, que me ajuda muito e eu estou muito feliz com ela. Gostaria que vocês a conhecessem”. Ele foi falando de mim, em pequenas porções. Ele nunca deixou de ficar com os meninos para estar comigo. Os finais de semana que eram destinados às crianças eu deixava que eles ficassem juntos integralmente. Não queria que eles se sentissem substituídos. A Maria eu conheci em uma sessão de cinema. E o Gustavo durante um café da manhã do dia dos pais. Foi ótimo. Nunca tentei concorrer com ninguém. Não abraçava e nem beijava o pai quando estávamos com eles, por exemplo. Foi tudo tranquilo e com direção de Deus. Tínhamos certeza de que iríamos ficar juntos e queríamos que a relação desse certo.

MQO: Em algum momento isso pesou na sua decisão de se relacionar, e de se casar?

Marcela: Durante muito tempo, apesar de estar apaixonada, pesou sim. Não pelas crianças, que eram maravilhosas. Mas pela responsabilidade que seria atribuída a mim. Eu sabia que não conseguiria exercer um papel superficial. Quando ele me pediu em casamento eu disse sim, mas com algumas condições. Uma delas exigia uma mudança no meu relacionamento com a Maria e o Gustavo. Eu queria saber qual importância eu teria na vida deles. Qual seria o nosso modelo de família. Com o casamento eu não teria como me desligar dos dois e eles fariam parte da minha vida. Eu teria que levar a história de duas crianças que eu não criei, que eu não eduquei, que culturalmente são diferentes de mim. Eu sabia que teria que amar, zelar, e proteger, porém eu precisava entender o meu papel naquele contexto familiar.

MQO: Por quê? Que tipo de papel você gostaria de exercer?

Marcela: Existem três tipos de madrastas. Tem aquela que se envolve, que participa integralmente da vida das crianças e que ama os enteados genuinamente. Esse é o modelo que escolhi. Mas infelizmente é o tipo mais raro, porque foi ensinado para as mulheres que esse sempre será um relacionamento de competição. Como se houvesse uma disputa eterna com os filhos e com a ex-mulher. Creio que muitas vezes as madrastas se comportam assim não por maldade, mas por falta de orientação. O segundo tipo é a madrasta superficial. Para esta mulher os filhos do marido não são problema dela. Eles não se encaixam no projeto e nos sonhos do novo lar. Ela não se vê como parte daquela família e vive como se as crianças fossem apenas filhos de uma amiga. Não existe uma relação profunda de entrega e amor. Às vezes, quando o pai é muito apaixonado pela atual esposa, ele suporta e entende que ela não é obrigada a participar, nem se envolver. E por fim, existe o terceiro tipo, que infelizmente acaba sendo o mais comum, e mais perverso. A madrasta que manipula situações e os relacionamentos entre o pai e os filhos, e o marido e a ex-mulher. Ela sempre pensa em competição e substituição. Essa se torna uma relação difícil, de ciúmes, trazendo um rastro de feridas. A madrasta enxerga os filhos do marido como uma representação da mãe deles, e por isso não os vê como parceiros. Eles se tratam então como concorrentes pelo amor do pai. Eu não queria isso para mim, nem para eles.

MQO: Como é a sua relação com eles hoje?

Marcela: Eu nunca tentei ser a mãe. Eles tem uma mãe sensacional, insubstituível. Ela é muito bacana, muito presente, e deu uma educação muito boa para as crianças. Eu não entrei para substitui-la. A minha decisão foi assumir o papel da mulher que apoia o pai e que pode ser a melhor amiga das crianças. Mas eu deveria agir, amar, estar presente, sabendo que o meu papel não é de disciplinar.

MQO: Como vocês lidam com a questão da disciplina em casa?

Marcela: Eu sempre soube que deveria amá-los, mas não poderia discipliná-los. Nós, as madrastas, queremos sempre que os enteados tenham uma imagem positiva ao olhar para nós. Porque qualquer situação desagradável eles vão levar para o pai, pode ter certeza. E os maridos podem ver a esposa de uma forma diferente, por causa disso. Por mais que a mulher seja amada, ele espera que você seja a adulta da relação, e tenha o controle. E tem outra coisa: os filhos perdoam qualquer falha do pai e da mãe, mas da madrasta não. Existe o perigo de você corrigir uma atitude errada e aquilo ser uma cisão eterna na relação. Então eu e meu marido fomos resolvendo isso juntos. Ele teve muita paciência para me ajudar a amadurecer as ideias. Combinamos que eu não corrigiria as crianças, mas eu poderia chamar a atenção. Se eu estou sozinha com o Gustavo, que hoje tem 7 anos por exemplo, ele precisa me obedecer. O pai já o orientou a isso. Eu não disciplino, mas imponho respeito. Não conquistei nada no grito. Nunca brigamos, nós conversamos. Estabeleci para mim mesma o seguinte: os pais colocam as regras, eu apenas faço as crianças cumprirem o que eles já estabeleceram. Mas falo sempre com carinho e amor.

MQO: O que você acha da palavra “madrasta”? Como você se apresenta?

Marcela: Eu acho muito pejorativa e que implica maldades. É uma palavra que me traz desconforto e me incomoda muito. Para começar pelas histórias infantis. O desenho da Cinderela é um exemplo. A madrasta é aquela que só pensa nela, que vai manipular o pai contra os filhos. Essa é a imagem que fica. Então não gosto e sempre busco com o Gustavo e com a Maria uma palavra melhor. Muita gente pergunta se sou a mãe deles. Eu e a Maria nos apresentamos como amigas. Pronto. Achamos um jeito charmoso e elegante para isso. Já o Gustavo me apresenta como a esposa do pai e não gosta muito de ficar explicando.

MQO: Você pensa em ter filhos? Como as crianças lidam com isso?

Marcela: A Maria me pede um irmão todas as semanas. Ela fala que vai ajudar a cuidar. E o Gustavo sempre pergunta se estou grávida. Eles querem muito ver a família crescer. Deus tem planos perfeitos e cremos que uma nova criança virá na hora certa. Talvez quando eles estiverem prontos para dividir o pai, e a mim. Desde que nos casamos tivemos tempo para criar uma relação de afeto e amor com os meninos, e é bom que isso tenha acontecido antes de vir mais uma criança, para evitar qualquer tipo de ciúmes.

MQO: Você leu algo para se preparar para essa relação de madrasta x enteados?

Marcela: Eu não consultei nenhum livro, mas li muitos textos antes de me casar. Também observei alguns exemplos próximos. Me preocupei em aprender em como não ser, para depois descobrir o que ser e como agir.

MQO: Você faz parte do grupo Mães que Oram. Madrastas devem orar pelos enteados?

Eu e meu marido oramos muito pelo Gustavo e pela Maria. Juntos e separados. Eu jejuo por eles. Acho que temos que orar a partir do entendimento da importância que você tem na vida das crianças. Talvez se eu não tivesse Jesus, eu não teria uma relação tão boa com os dois. Eu não consigo desassociar o amor genuíno que eu tenho pelo Gustavo e pela Maria, do amor genuíno que Deus tem por mim como filha. É a mesma relação. Deus me escolheu. Da mesma forma eu escolhi amar meus enteados, de todo meu coração. E eles retribuíram esse amor. Não vencemos ninguém pelo cansaço, mas pelo amor. Eu entendi que Deus me escolheu para cuidar deles, como filhos espirituais. É uma missão. Eu oro pela nossa relação, e para que o mal não os atinja. Para que eles possam sempre me ver como eu os vejo: com o amor de Deus. Eu não imagino mais a minha vida sem eles. Orar e ver os resultados é maravilhoso. Toda madrasta deveria orar pelos enteados. Porque quando Deus entra na história, a relação muda. Não importa quantos anos de conflito você já tenha vivido, Deus pode mudar todas as situações. Precisamos entender que madrasta e enteado é uma relação de família.